Página inicial > Frentes > Outros tipos de frentes

 

 

Além das frentes frias, quentes, oclusas e estacionárias, também existem outros tipos de frentes, descritos a seguir.

 

1. Frente polar

 

Uma frente polar é uma fronteira semi-permanente e semi-contínua, que separa as massas de ar de origem tropical e polar. Esta é a principal frente em termos de contraste de massas de ar e de susceptibilidade a distúrbios ciclônicos.

 

Na América do Sul, o ar quente que fica ao norte da frente polar é chamado de massa de ar tropical, e inclui as regiões tropical e subtropical. O ar frio que está ao sul da frente polar é chamado de massa de ar polar, originária das regiões antártica e subantártica.

 

A frente polar é parte integrante de uma antiga teoria meteorológica conhecida como Teoria da Frente Polar, uma teoria originada pela escola escandinava de meteorologistas, que dizia que uma frente polar, que separa as massas de ar de origem polar e tropical, dá origem a distúrbios ciclônicos que se intensificam e viajam ao longo da frente, passando por várias fases de vida características. Essa teoria marcou o início de uma nova era de análise atmosférica e continua a ser uma base importante da meteorologia prática e da previsão do tempo até hoje.

 

Os avanços e retrocessos das frentes polares são as características fundamentais das latitudes médias, que por sua vez, causam a variação no tempo e no clima na região tropical.

 

Na frente polar o forte gradiente de temperatura causa um forte gradiente de pressão horizontal. Ao longo da frente polar forma-se a corrente de jato da frente polar, em torno dos 12 quilômetros de altitude.

 

--------------------------------------------------------------------------------------------------

 

 

2. Frente ártica

 

É uma zona semi-permanente e semi-contínua, situada entre o profundo ar frio ártico e o ar polar mais raso e menos frio das latitudes do norte. É geralmente comparável à frente antártica, que ocorre no Hemisfério Sul.

 

--------------------------------------------------------------------------------------------------

 

 

3. Frente antártica

 

É uma zona semi-permanente e semi-contínua, situada entre o profundo ar frio antártico e o ar polar mais raso e menos frio dos oceanos do sul. É geralmente comparável à frente ártica, que ocorre no Hemisfério Norte.

 

--------------------------------------------------------------------------------------------------

 

 

4. Frente fria secundária

É uma frente secundária que se forma atrás de um ciclone frontal e dentro de uma massa de ar frio caracterizado por um gradiente de temperatura horizontal apreciável.

Estas frentes não são incomuns; no entanto, elas muitas vezes aparecem muito fracas, como depressões ou linhas de instabilidade, incorporadas no fluxo de ar frio. Pode ser difícil determinar quando e se estas tornam-se verdadeiras frentes.


--------------------------------------------------------------------------------------------------

 

 

5. Frente intertropical

 

 

 

--------------------------------------------------------------------------------------------------

 

 

6. Frente subtropical

 

É uma frente que separa o ar tropical do ar de latitudes médias, na média troposfera, em torno dos 5000 metros de altitude. Por isso, raramente é observada em altitudes mais baixas.

 

--------------------------------------------------------------------------------------------------

 

 

7. Catafrente

 

É uma frente (geralmente uma frente fria) na qual o ar quente desce pela superfície frontal (exceto, possivelmente, nas camadas mais baixas).

 

--------------------------------------------------------------------------------------------------

 

 

8. Anafrente

 

É uma frente na qual o ar quente sobe pela superfície frontal até altas altitudes. A precipitação pode ocorrer na parte traseira da frente e está por vezes associada a ciclogênese (formação de ciclones).

 

--------------------------------------------------------------------------------------------------

 

 

9. Linha seca

 

Uma linha seca (também chamada de linha de ponto de orvalho ou dry line) é uma linha imaginária que constitui uma zona de transição com centenas de quilômetros de comprimento e até dezenas de quilômetros de largura, que separa o ar seco do ar úmido.

 

Em um estado mais ativo dinamicamente, a linha seca muitas vezes avança longe, como um componente integral de um ciclone extratropical ou de uma onda frontal.

 

As linhas secas podem ser encontradas em todo o mundo. Nos Estados Unidos, onde é mais marcante, existe uma linha seca que marca a fronteira entre o ar úmido do Golfo do México e o ar continental seco do oeste do país, e essa linha fica situada na região das planícies, na parte central, principalmente sobre os Estados do Texas, Oklahoma e Kansas.

 

É mais presente durante a primavera, de onde muitas vezes se originam severas tempestades, com granizo e tornados. Normalmente, a linha seca nos Estados Unidos avança para o leste durante o dia, e volta para o oeste à noite.

 

A linha seca também é importante para a formação de tempestades convectivas severas em outras regiões do mundo, como o norte da Índia, por exemplo.

 

O movimento da linha seca durante o dia é mais rápido em áreas onde a região de baixa umidade é mais restrita à superfície, e mais lento em áreas com uma camada de umidade mais profunda nos baixos níveis. Ventos mais fracos também podem retardar sua progressão. No entanto, um sistema de fortes tempestades pode varrer a linha seca para o leste, independentemente da hora do dia.

 

Passagens mais fortes de uma linha seca resultam em queda acentuada no ponto de orvalho, céu limpo, e mudança na direção do vento. Levantamento de poeira e aumento da temperatura também podem ocorrer, especialmente se a linha seca passar durante o dia. Estas mudanças ocorrem na ordem inversa quando a linha recua para o oeste durante a noite.

 

No setor a oeste da linha seca, o céu claro é a regra, devido ao ressecamento da massa de ar que, no caso da América do Norte, ocupa as Montanhas Rochosas. Se os ventos são fortes o suficiente, tempestades de poeira podem se desenvolver. Nuvens Cumulus são comuns ao leste da linha seca, no setor úmido, embora elas possuam maior desenvolvimento ao longo da própria linha seca. O setor úmido normalmente é "tampado" por uma camada seca mais elevada, que representa a subsidência do ar no alto. Durante o dia, se o aquecimento ou a convergência são suficientes, a "tampa" pode ser rompida, resultando em nuvens convectivas.

 

--------------------------------------------------------------------------------------------------

 

 

 

Fontes:

 
http://ciencia.hsw.uol.com.br/frente-fria5.htm


http://glossary.ametsoc.org/wiki/Polar_front


http://glossary.ametsoc.org/wiki/Polar-front_theory


http://glossary.ametsoc.org/wiki/Arctic_front


http://glossary.ametsoc.org/wiki/Antarctic_front


http://glossary.ametsoc.org/wiki/Secondary_cold_front


http://glossary.ametsoc.org/wiki/Intertropical_front


http://glossary.ametsoc.org/wiki/Katafront


http://glossary.ametsoc.org/wiki/Anafront


http://master.iag.usp.br/pr/ensino/sinotica/aula02/


http://ww2010.atmos.uiuc.edu/(Gh)/guides/mtr/af/frnts/dfdef.rxml


https://en.wikipedia.org/wiki/Dry_line


http://forecast.weather.gov/glossary.php?word=dry line


http://glossary.ametsoc.org/wiki/Drylines


http://www.srh.noaa.gov/topics/attach/html/ssd97-39.htm


http://www.srh.noaa.gov/oun/?n=events-19990503-satellite

 

 

BANNON, P. R. Effects of stratification on surface frontogenesis: warm and cold fronts. Journal of the atmospheric sciences, v. 41, n. 12, p. 2021-2026, 1984.

 

BJERKNES, J. Life cycle of cyclones and the polar front theory of atmospheric circulation. Geophys. Publik., v. 3, n. 1, p. 1-18, 1922.

 

CARLSON, T. N. Mid-latitude weather systems. 1991.

 

CARR, M. International Marine's Weather Predicting Simplified: How to Read Weather Charts and Satellite Images. McGraw Hill Professional, 1999.
 
CAVALCANTI, I. F. A. Sistemas Frontais e Ciclones Extratropicais. CPTEC-INPE. IV Curso de Interpretação de Imagens e Análise Meteorológica, 1995.
 
CAVALCANTI, I. F. A.; ABREU, M. A.; SATYAMURTI, P. Climanálise especial - edição comemorativa de 10 Anos. INPE, 1996.
 
HOLTON, J. R. An introduction to dynamic meteorology. Academic Press, 1992.
 
HOSKINS, B. J.; BRETHERTON, F. P. Atmospheric frontogenesis models: Mathematical formulation and solution. Journal of the Atmospheric Sciences, v. 29, n. 1, p. 11-37, 1972.
 
KOUSKY, V. E.; ELIAS, M. Meteorologia Sinótica: Parte 1. INPE, 1982.
 
LUCAS, C.; MAY, P. T.; VINCENT, R. A. An algorithm for the detection of fronts in wind profiler data. Weather and forecasting, v. 16, n. 2, p. 234-247, 2001.
 
MARENGO, J. et al. Cold surges in tropical and extratropical South America: The strong event in June 1994. Monthly Weather Review, v. 125, n. 11, p. 2759-2786, 1997.
 
SATYAMURTY, P.; DE MATTOS, L. F. Climatological lower tropospheric frontogenesis in the midlatitudes due to horizontal deformation and divergence. Monthly Weather Review, v. 117, n. 6, p. 1355-1364, 1989.
 
STONE, P. H. Frontogenesis by horizontal wind deformation fields. Journal of the Atmospheric Sciences, v. 23, n. 5, p. 455-465, 1966.
 
WALLACE, J. M.; HOBBS, P. V. Atmospheric science: An introductory survey. Academic Press, 1977.

 

 

--------------------------------------------------------------------------------------------------



Reclamações? Dúvidas? Sugestões? Elogios? Envie sua mensagem preenchendo o formulário abaixo.

 

Please enter the code:

Note: Please fill out the fields marked with an asterisk.