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Os tornados são classificados em vários tipos:

 

 

1. Tornado cunha

O tornado cunha (ou wedge) é um dos tipos mais comuns. É reto nas laterais, em forma de funil. Geralmente é mais largo que alto. Esses monstros não são necessariamente mais fortes do que os outros, mas deixam um rastro mais largo no solo. Eles são tão grandes que, por vezes, são irreconhecíveis de perto como um tornado.

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2. Nuvem funil

 

É o tornado na sua fase inicial, quando começa a descer da base da nuvem, ainda sem tocar no solo. É também chamado de tuba e pode ocorrer em Cumulonimbus e muito raramente em Cumulus.

 

Se uma nuvem funil toca o solo, torna-se um tornado. A maioria dos tornados começam como uma nuvem funil, mas muitas nuvens funil não fazem contato com o solo, e por isso não se tornam tornados.

 

Existe também o funil de ar frio, que, ao contrário do fenômeno associado a tempestades severas, é geralmente associado a um céu parcialmente nublado, na esteira de frentes frias, onde a instabilidade atmosférica e a umidade são suficientes para suportar imponentes nuvens Cumulus congestus, mas sem precipitação.

 

A mistura entre ar mais frio na parte inferior da troposfera e ar que flui em uma direção diferente na troposfera média faz com que haja rotação sobre um eixo horizontal, que, quando desviado verticalmente por condições atmosféricas, pode tornar-se uma nuvem funil.

 

Nuvens funil de ar frio são de curta duração e, geralmente, muito mais fracas do que os funis comuns, produzidos por supercélulas. Apesar de raramente fazerem contato com o solo, eles podem chegar brevemente ao solo e tornar-se tornados fracos.

 

Eles são uma visão comum ao longo da costa oeste dos Estados Unidos, particularmente na primavera e no outono.

 

Abaixo, fotos de nuvens funil. Clique para ampliar.

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3. Tornado descontínuo

É um tipo de tornado no qual faltam alguns "pedaços" de sua estrutura. Isso acontece porque, em algumas partes do tornado, não há umidade suficiente para condensar-se e torná-lo visível por completo. Na maioria das vezes isso acontece na fase final do tornado, que fica cada vez mais fino a ponto de fragmentar-se em segmentos.

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4. Tornado pela metade

É um tipo de tornado no qual o funil não é totalmente visível, somente da metade para cima, embora esteja no solo. No meio, entre as extremidades do tornado, nada é visível, e perto do solo é possível observar a coluna de detritos indo na direção ao tornado. Isso acontece normalmente quando o tornado se forma em bases mais altas de tempestades.

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5. Tornado corda

Muitos tornados seguem um ciclo de vida que termina como um tubo, e em seguida, como uma corda. O estágio de corda pode levar a um funil contorcido, que lembra uma corda. O tornado fica tão fino que pode dividir-se em seções e ainda manter uma circulação no chão. Tornados podem ser perigosos na fase corda.

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6. Tornado incompleto

 

É um tipo de tornado cuja estrutura é visível quase totalmente até o chão, embora esteja em contato com ele.

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7. Tornado de vórtices múltiplos

Um tornado de vórtices múltiplos é um tipo de tornado no qual duas ou mais colunas de ar giram ao redor de um centro comum. Estruturas de múltiplos vórtices podem ocorrer em quase qualquer circulação, mas são mais frequentemente observadas em tornados mais intensos.

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8. Tornado satélite

Um tornado satélite é um tornado mais fraco que se forma perto de um tornado mais forte, contido dentro do mesmo mesociclone. O tornado satélite parece estar orbitando o tornado maior (e daí o nome), dando a impressão de um grande tornado de vórtices múltiplos. Porém, um tornado satélite é um funil distinto, e geralmente é muito menor que o funil principal.

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9. Trombas d'água

As trombas d'água (ou trombas marinhas) são tornados que formam-se sobre corpos de água (oceanos, lagos, rios, etc.), conectando-se à nuvens Cumulus congestus ou Cumulonimbus. Elas são consideradas tornados por apresentarem características similares a estes, como sua corrente de ar rotativa em forma de cone.

 

As trombas d'água no geral são classificadas como tornados não supercelulares. Estas colunas de ar frequentemente se formam em áreas tropicais próximas à Linha do Equador, e são menos comuns em latitudes maiores, próximas aos polos.

A expressão "tromba d'água" é por vezes incorretamente utilizada para designar uma chuva de grande intensidade, em geral associada à passagem de uma Cumulonimbus.

Embora a formação de uma tromba d'água seja em geral determinada pelas mesmas condições que levam ao aparecimento de tornados não inseridos em supercélulas, as trombas d'água são menos intensas do que os tornados.

O funil da tromba d'água torna-se visível quando o ar que roda dentro da tromba se esfria por expansão, produzindo a condensação do vapor de água e a formação de uma nuvem em forma de coluna.

Em uma tromba d'água, a presença de água líquida está confinada na porção inferior, e reduz-se em geral a densos borrifos de água proveniente da superfície, ou água resultante da condensação do vapor de água atmosférico, provocada pela baixa pressão no interior do vórtice formado.

O movimento giratório nas trombas d'água pode ser no sentido horário ou anti-horário, dependendo do processo da sua formação e da direção do vento.

Apesar da maioria das trombas d'água se formar nas regiões tropicais, com destaque para as costas da América Central, elas aparecem com frequência nas regiões temperadas, principalmente na costa ocidental europeia e nas águas dos mares Mediterrâneo e Báltico. Também aparecem com alguma frequência nos Grandes Lagos da América do Norte.

As trombas de água parecem ser mais frequentes nas regiões costeiras do que nas regiões oceânicas, concentrando-se numa faixa que se estende para o mar a até 100 km da costa, mas isso pode ser devido ao efeito de uma maior facilidade de observação nesta zona em relação às regiões mais remotas.

A sua ocorrência, pelo menos no Hemisfério Norte, parece ser maior no Outono, com um máximo no mês de setembro.

As trombas d'água, particularmente quando intensas, constituem riscos graves para a navegação marítima e para os desportistas náuticos, incluindo para banhistas e pescadores que se encontrem na costa.

Estão descritos múltiplos acidentes marítimos, particularmente nos tempos da navegação à vela, causados por trombas d'água.

A formação de trombas d'água está sempre associada à existência de condições de forte instabilidade atmosférica nas zonas mais baixas da troposfera, que permitam gerar e manter condições de elevada vorticidade. Em função da origem dessas condições, as trombas d'água são em geral classificadas em dois tipos:

    9.1 Trombas d'água de tempo razoável

São menos severas e mais comuns. Elas formam-se na base de nuvens Cumulus congestus ou Cumulonimbus, em águas tropicais ou subtropicais. Elas têm ventos relativamente fracos e geralmente viajam muito pouco.

    9.2 Trombas d'água tornádicas

São literalmente tornados sobre a água. Elas podem formar-se como um tornado mesociclônico ou ser um tornado quando fazem landfall (começam a mover-se sobre a terra). Devido a sua origem de uma severa tempestade e por ser geralmente mais intensas, rápidas e de mais longa duração do que as trombas d'água de tempo razoável, são consideradas mais perigosas. Este tipo de trombas d'água surge em geral em grupos, podendo persistir por períodos superiores a 30 minutos.

 

 

 

 

As trombas d'água que ocorrem em águas costeiras são em geral de tempo razoável, e estão quase sempre associadas à formação de nuvens convectivas de fraco a médio desenvolvimento. Quando comparadas com os tornados, podem ser consideradas como F0 na escala Fujita, devido a sua fraca intensidade e a muito menor velocidade dos ventos que lhe estão associados, os quais em geral não ultrapassam os 110 km/h.

As condições básicas necessárias à formação de uma tromba d'água são:

 - Convergência de ventos de diferentes direções, como acontece a sotavento (na frente virada para o mar) de ilhas ou de montanhas costeiras ou ainda frente a vales costeiros;
 - Existência de ventos fracos e variáveis, com um componente vertical também fraco;
 - Estarem as águas mais quentes que o ar e existir um alto teor de umidade relativa nas camadas baixas da troposfera;
 - A pressão atmosférica à superfície das águas situar-se entre 1010 e 1015 hPa;
 - Existir uma corrente de ar frio na atmosfera movendo-se sobre as águas mais quentes, resultando num acentuado gradiente térmico e forte instabilidade vertical.

 

O primeiro sinal da formação de uma tromba d'água é o aspecto ameaçador que toma a nuvem cumuliforme, cuja base se torna plana e negra. Imediatamente antes da tromba surgir, forma-se um anel ou uma mancha escura no mar, a partir da qual a tromba parece crescer.

No seu máximo desenvolvimento, as trombas d'água variam em altitude, entre 50 m e 2 km, medem de 10 a 100 m de diâmetro, produzem ventos de 70 a 300 km/h, e velocidades de deslocamento lateral de 20 a 30 km/h. O período do dia mais provável para formação de uma tromba d'água é entre 16 e 19h, com um máximo secundário entre 11 e 13h.

As trombas d'água dissipam-se quando começa a chover, porque o ar frio da chuva corta o abastecimento de ar úmido e quente de que a tromba necessita para continuar ativa. Apenas 30% das trombas d'água são acompanhadas por trovoadas.

 

- Chuva de animais

É um fenômeno natural associado à formação de trombas d'água. Na chuva de animais é comum encontrar peixes, rãs, sapos e pássaros que caem como chuva. Tal fenômeno pode ser explicado através de uma tromba d'água que suga pequenos animais para o interior da tempestade de ventos ascendentes, ocasionando a posterior precipitação dos mesmos em regiões próximas. Relatos indicam que em 14 de fevereiro de 2007 ocorreu uma chuva de peixes em Paracatu, cidade do interior de Minas Gerais.

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10. Landspout

Landspout é um termo usado para designar tornados que não se originam de mesociclones. Os landspouts apresentam as mesmas características que as trombas d'água de tempo razoável (ou seja, curta duração e ventos mais fracos do que um sistema de tornado).

 

Devido a essas características, um landspout pode ser chamado de "tromba de terra", pois este sistema nada é mais do que uma tromba d'água de tempo razoável sobre a terra. Ainda que o funil de condensação possa não se estender até o solo, se, associado aos ventos de superfície, superar os 64 km/h, a circulação é considerada um tornado.

 

Muitas vezes só é vista a coluna de poeira na superfície, sem funil visível.

 

Os landspouts, em sua maioria, são muito fotogênicos, e aparecem mais em áreas com ar mais seco. Isso faz que com que a base da tempestade seja mais elevada, e consequentemente faz com que os landspouts tenham uma dimensão vertical considerável.

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11. Gustnado

Um gustnado (pseudo-tornado ou vórtice de poeira) é um pequeno redemoinho vertical associado a uma frente de rajadas de vento ou a uma rajada de vento descendente (micro-explosão ou microburst). Por não se conectarem com a base da nuvem, existe um certo debate sobre o fato de gustnados serem ou não tornados.

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12. Redemoinho de poeira

Um redemoinho de poeira ou poeira do diabo (dust devil) é constituído por ventos em espiral formados pela convecção do ar, em dias quentes, sem ventos e de muito Sol.

Ele ocorre quando o solo se aquece em determinado ponto, transferindo esse calor à porção de ar que está parada logo acima dele. Quando atinge uma determinada temperatura, esse ar sofre rápida elevação, subindo em espiral e criando um centro de baixa pressão. Esse redemoinho ganha velocidade e acaba levantando a poeira do solo, fazendo com que um funil de sujeira seja visível. Ele pode apresentar desde alguns centímetros até muitos metros de altura.

Frequentemente esse fenômeno é confundido com um tornado, porém vale salientar que, ao contrário dos tornados, os redemoinhos de poeira somente se formam em dias sem nuvens, sob muito Sol e calor e baixa umidade do ar. Além disso, a velocidade dos ventos desse fenômeno raramente ultrapassa os 100 km/h, podendo causar apenas pequenos estragos, tais como destelhamentos leves.

Antigamente, ao se avistar esse fenômeno, as pessoas acreditavam que seria o rastro do caminhar do Saci-pererê ou mesmo que seria o diabo vagando pelos campos. Havia até uma crença de que se alguém entrasse no meio do redemoinho com uma garrafa e uma peneira, conseguiria prender o Saci ou o diabo. Na verdade o que acontece é que ao entrar no meio do redemoinho, a pessoa pode interromper a corrente de convecção que alimenta o sistema, e o redemoinho simplesmente desaparece.

Os redemoinhos de poeira não são fenômenos restritos à atmosfera terrestre. Também ocorrem em Marte, tendo sido fotografados pela primeira vez pela sonda espacial Viking na década de 70. Julga-se que esse fenômeno seja o responsável pelas misteriosas linhas que aparecem nas imagens da superfície marciana.

Em 1997, a sonda Mars Pathfinder detectou a ocorrência dessas formações e, mais tarde, a sonda Spirit fotografou um grande redemoinho passando ao seu lado. Os redemoinhos de poeira de Marte podem apresentar tamanhos 50 vezes superiores aos redemoinhos observados na Terra, podendo então representar um desafio para as futuras pesquisas envolvendo a exploração desse planeta.

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13. Redemoinho de fogo

Um redemoinho de fogo, também chamado de tornado de fogo, é um raro fenômeno no qual o fogo, sob certas condições (dependendo da temperatura e das correntes de ar) adquire uma vorticidade vertical e forma um redemoinho ou uma coluna de ar de orientação similar a um tornado. Eles não são considerados tornados, exceto em raros casos em que se conectam a uma nuvem Pyrocumulus ou a uma outra nuvem cumuliforme sobre eles.

A maioria dos grandes tornados de fogo surgem a partir de incêndios florestais nos quais estão presentes correntes de ar quente ascendentes e convergentes. Eles têm de 10 a 50 metros de altura e uns poucos metros de largura, e duram somente alguns segundos. Alguns podem ter mais de um quilômetro de altura, conter ventos superiores a 160 km/h e durar mais de 20 minutos. Os redemoinhos de fogo podem destruir árvores de 15 metros de altura.

 

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